
Se você gosta de thrillers policiais com atmosfera sombria, personagens femininas fortes e um toque de mitologia local, O Guardião Invisível pode ser uma excelente escolha para a sua próxima sessão de cinema. Lançado em 2017 e disponível na Netflix, esse filme espanhol mistura investigação criminal com elementos da cultura basca de uma forma instigante, sem cair em clichês ou exageros.
Baseado no livro homônimo da autora Dolores Redondo, O Guardião Invisível é o primeiro de uma trilogia conhecida como Trilogia do Baztán. E logo nos primeiros minutos já fica claro que essa história é diferente. Com uma atmosfera carregada, chuva constante e florestas densas que parecem esconder segredos ancestrais, o filme te convida a mergulhar em uma narrativa onde o real e o simbólico se misturam a cada nova pista.
Uma detetive dividida entre o dever e os próprios fantasmas
A protagonista é Amaia Salazar, uma inspetora da polícia forense que retorna à sua cidade natal, Elizondo, no Vale do Baztán, para investigar o assassinato brutal de uma adolescente. O crime parece ter conexão com outros casos anteriores e levanta a suspeita de que um serial killer esteja agindo na região.
Amaia, interpretada com firmeza por Marta Etura, não é apenas uma policial obstinada: ela também é uma mulher marcada por traumas do passado e conflitos familiares mal resolvidos. Seu retorno à cidade a obriga a confrontar memórias dolorosas, especialmente em relação à sua mãe, uma figura enigmática e perturbadora que deixa o clima ainda mais tenso.
Enquanto tenta desvendar o caso, Amaia se depara com indícios estranhos que evocam lendas locais, como o Basajaun, uma espécie de guardião invisível da floresta. Será que há algo sobrenatural por trás dos assassinatos? Ou tudo se resume à brutalidade humana, como tantos outros crimes reais?

Suspense com sabor europeu
O Guardião Invisível se diferencia de thrillers hollywoodianos justamente por sua abordagem mais contida, mas não menos eficaz. A fotografia sombria, os silêncios calculados e os personagens complexos dão ao filme uma profundidade rara. Aqui, os detalhes importam. Cada gesto, cada diálogo, cada simbolismo da cultura basca ajuda a construir um quebra-cabeça psicológico e emocional que prende o espectador até o último minuto.
Além disso, o filme explora com sensibilidade temas como violência doméstica, abuso infantil, misoginia e o papel da mulher em ambientes dominados por figuras masculinas. Tudo isso sem soar panfletário. Amaia é forte, mas também vulnerável, o que a torna uma protagonista cativante e crível.
Vale a pena assistir?
Com certeza. Se você busca um suspense policial que foge do óbvio e ainda traz um toque místico, O Guardião Invisível vai te surpreender. O enredo pode parecer simples em um primeiro momento, mas conforme a trama se desenvolve, revelações impactantes e nuances emocionais tornam a história envolvente e única.
O final deixa portas abertas para a continuação — e sim, existe uma sequência chamada Legado nos Ossos, seguida por Oferenda à Tempestade. Ambas também estão disponíveis na Netflix e merecem uma chance.
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