
Manhãs de Setembro, série original do Amazon Prime Video, chegou como quem não quer nada, mas conquistou seu espaço com força, sensibilidade e coragem. Estrelada pela icônica cantora Liniker, a produção brasileira entrega uma narrativa profunda, cheia de humanidade e representatividade, algo ainda raro nas telinhas. Ao acompanhar a história de uma mulher trans que busca reconstruir sua vida enquanto lida com as consequências do passado, a série oferece não apenas um retrato social, mas também uma reflexão intensa sobre identidade, afeto e pertencimento.
Uma Protagonista Poderosa e Autêntica
No centro da trama está Cassandra, vivida por Liniker, uma mulher trans que trabalha como entregadora de aplicativo em São Paulo. Após muitos altos e baixos, ela finalmente consegue realizar um sonho pessoal: alugar seu próprio apartamento. Para ela, isso representa mais do que independência: é sobre dignidade, afirmação de identidade e liberdade.
Contudo, sua vida muda de rumo quando Leide, uma antiga paixão, aparece trazendo consigo Gersinho, um menino de 10 anos que seria filho de Cassandra. A partir daí, a série nos convida a acompanhar os desafios e dilemas da protagonista, que precisa lidar com questões familiares, emocionais e estruturais, ao mesmo tempo que luta para manter sua rotina e seus objetivos.
Narrativa Sensível e Roteiro Potente
Um dos grandes acertos de Manhãs de Setembro é a forma como a série trata temas densos com sensibilidade e naturalidade. Questões como transgeneridade, maternidade, relações familiares, discriminação e afeto são tratadas com respeito e profundidade, sem cair em estereótipos fáceis ou dramatizações excessivas.
A construção do roteiro permite que o espectador se conecte com Cassandra não apenas por sua identidade de gênero, mas por sua humanidade. Ela é uma mulher com medos, sonhos, erros e acertos. como qualquer pessoa. Isso torna a série universal e poderosa.
Além disso, o uso da música como elemento narrativo é um destaque à parte. A trilha sonora é embalada pelas canções de Vanusa, especialmente a faixa que dá nome à série. Essa escolha não é aleatória: a música funciona como símbolo de força, memória e resistência, ampliando o impacto emocional da narrativa.

Destaques do Elenco e da Direção
Liniker surpreende com uma atuação delicada, intensa e carregada de verdade. Mesmo sendo sua estreia como protagonista em uma série, ela mostra um domínio de cena impressionante, o que só reforça seu talento multifacetado.
O elenco de apoio também brilha. Karine Teles, como Leide, entrega um desempenho sincero e provocador. Já Gustavo Coelho, que interpreta Gersinho, encanta com sua doçura e naturalidade.
A direção de Luis Pinheiro e Dainara Toffoli é cuidadosa, com uma estética urbana realista que combina com o cotidiano de Cassandra. A São Paulo mostrada na série não é a cidade dos cartões-postais, mas sim aquela vivida pelas pessoas comuns, cheia de desafios e pequenos momentos de beleza.
Representatividade Que Importa
Mais do que entretenimento, Manhãs de Setembro representa um avanço na representatividade LGBTQIA+ no audiovisual brasileiro. Ver uma mulher trans negra ocupando o centro da narrativa, com profundidade e dignidade, é algo revolucionário. A série não apenas dá visibilidade, mas humaniza histórias que, por muito tempo, foram invisibilizadas ou mal representadas na mídia.
Vale a Pena Assistir?
Sem dúvidas, sim. Manhãs de Setembro é uma obra necessária, emocionante e extremamente bem executada. Ela te faz refletir, te comove e te confronta, tudo ao mesmo tempo. É uma série curta, com episódios que passam rápido, mas cujas mensagens permanecem com o espectador por muito tempo.
Se você busca uma produção brasileira de qualidade, com temática relevante e atuações marcantes, essa série é uma escolha certeira.
Já assistiu Manhãs de Setembro? Compartilhe nos comentários o que mais te tocou na história de Cassandra. E se ainda não viu, essa é a hora de dar uma chance a essa joia da dramaturgia nacional!
Leia também!
Assim como Manhãs de Setembro emociona com sua narrativa intimista, Dias Perfeitos também mergulha em relações humanas complexas, revelando escolhas marcadas por dor e esperança.
Já em Ritas, a força da música e da trajetória pessoal mostra como artistas podem deixar um legado eterno, mesmo diante das maiores dificuldades.
Este conteúdo foi revisado em setembro de 2025 para trazer informações atualizadas.
