Homem com H: Uma Cinebiografia que Pulsa Liberdade

Ney Matogrosso, um ícone da música brasileira, ganha vida na tela grande com Homem com H, uma cinebiografia vibrante que estreou em 1º de maio de 2025. Dirigido por Esmir Filho e protagonizado por Jesuíta Barbosa, o filme mergulha na trajetória de um artista que, além de desafiar convenções, também quebrou preconceitos e se tornou um verdadeiro símbolo de liberdade. Se você busca um filme que mistura música, emoção e uma história de superação, sem dúvida, Homem com H é imperdível.

Jesuita Barbosa como Ney Matogrosso
Imagem: Divulgação. Editada por: Revista Encarte

Neste post, exploramos os motivos pelos quais essa obra se tornou um marco do cinema nacional, além de ser otimizado para você que quer saber tudo sobre a cinebiografia de Ney Matogrosso. Desde sua narrativa envolvente até sua representação impactante, cada detalhe reforça por que esse filme merece sua atenção.

Um Bicho-Homem que Conquista o Palco e o Coração

Ney Matogrosso não é apenas um cantor; ele é uma força da natureza. Nascido em Bela Vista, Mato Grosso do Sul, em 1941, Ney cresceu em um ambiente repressivo, marcado por conflitos com o pai, um militar conservador. Homem com H abre com imagens do jovem Ney correndo pela mata, uma metáfora poderosa para sua conexão com a liberdade e a natureza. Essas cenas, aliadas à direção de arte impecável, transportam o espectador para a essência do “bicho-homem” descrito pelo próprio artista.

Jesuíta Barbosa brilha ao incorporar Ney sem cair na caricatura. Ele captura os trejeitos, o olhar magnético e a energia explosiva do cantor, especialmente nas performances de Secos & Molhados, banda que revolucionou a MPB nos anos 1970. A caracterização, com figurinos inspirados no teatro kabuki e referências animalescas, recria a estética transgressora que chocou e encantou o Brasil durante a ditadura militar.

Da Infância Rebelde ao Estrelato: Uma Jornada de Autenticidade

O filme percorre as fases da vida de Ney, desde a infância conturbada até o estrelato. Vemos um menino que, apesar das agressões do pai, encontra apoio na mãe, Beita (interpretada por Hermila Guedes). A narrativa avança para sua passagem pela Aeronáutica, onde vive um amor platônico, e sua chegada a São Paulo, onde se junta ao Secos & Molhados. O roteiro, escrito por Esmir Filho, destaca a implosão da banda em 1974 e a ascensão de Ney como artista solo, com hits como “Homem com H”, que ironiza padrões de masculinidade.

Além disso, o filme aborda os amores de Ney, incluindo sua relação intensa com Cazuza (Jullio Reis) e o companheiro Marco de Maria (Bruno Montaleone). Essas histórias, tratadas com sensibilidade, mostram o Ney íntimo, vulnerável e apaixonado, contrastando com sua persona avassaladora no palco. A abordagem da epidemia de AIDS, que marcou a vida do cantor, adiciona camadas emocionais à narrativa, tornando Homem com H uma ode à resiliência.

Por que Homem com H é Diferente de Outras Cinebiografias?

Diferentemente de biopics tradicionais, Homem com H efetivamente foge do formato previsível. Isso porque Esmir Filho aposta em um estilo visual experimental, que combina fotografia exuberante e números musicais que, por sua vez, funcionam como portais emocionais. Além disso, as cenas de palco, dubladas pela voz inconfundível de Ney, arrepiam, enquanto os momentos de homoerotismo são tratados com delicadeza, não apenas celebrando a liberdade artística, mas também evitando qualquer sensacionalismo. Acima de tudo, o filme não se preocupa em explicar Ney; em vez disso, ele o sente, como bem destacou a crítica do Escutai“Ney é corpo em movimento, presença que desafia e desarma”.

Jesuita Barbosa e Ney Matogrosso
Imagem: Divulgação Instagram

Outro diferencial é a fidelidade aos fatos. Ney acompanhou a produção, revisando roteiros para garantir autenticidade. Em entrevista ao GShow, ele afirmou: “Tudo que está ali é verdade, sem pudor de contar minha vida”. Essa transparência faz de Homem com H um retrato honesto de um artista que nunca se deixou domar.

Como Homem com H Inspira e Impacta o Público

Homem com H vai muito além de ser apenas sobre Ney Matogrosso; na verdade, é um poderoso retrato sobre a importância de ser verdadeiro em um mundo que insiste em nos moldar. Não por acaso, o filme ressoa profundamente com quem já enfrentou preconceitos ou travou batalhas internas pela autoaceitação. Ao longo de toda a narrativa, a mensagem de liberdade e autenticidade ecoa em cada cena, servindo como um verdadeiro convite para que o público abrace suas diferenças sem medo. Prova disso são as sessões pelo Brasil que, frequentemente, terminavam em aplausos emocionados – como diversos espectadores relataram no Letterboxd. Em última análise, a obra transcende o formato biográfico para se tornar um espelho de nossas próprias lutas e vitórias pessoais. Afinal, quantos de nós já não precisamos encontrar coragem para ser quem realmente somos?

Para os fãs de música brasileira, o filme é, sem dúvida, uma celebração da MPB e de um artista que, aos 83 anos, segue ativo, lançando álbuns e lotando shows. Por outro lado, para quem ainda não conhece Ney, trata-se de uma excelente porta de entrada para sua genialidade, especialmente graças a uma trilha sonora envolvente que inclui clássicos como “Sangue Latino” e “O Mundo é Um Moinho”.

Conclusão: Uma Ode à Arte de Ser Quem Somos

Homem com H não é apenas uma cinebiografia; é, sobretudo, um manifesto de liberdade, arte e resistência. Além disso, com atuações brilhantes, direção inovadora e uma história que pulsa verdade, o filme não só captura a essência de Ney Matogrosso. Ela também homenageia um ícone que transformou o Brasil com sua voz e coragem.

Portanto, corra para os cinemas e deixe-se envolver por essa jornada inesquecível. E você, já assistiu? Não deixe de compartilhar sua opinião nos comentários e, juntos, celebrar a força indomável de Ney!

 

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